Libertei-me da muralha,
Agora sou escravo das profecias.
Estou nutrindo-me de migalha
Em cada canto das periferias.
Agora sou hálito infame
No cume da cumplicidade.
Entre mil doenças... "Derrame"...
A centelha da humanidade.
Continuo perdido
À procura de outra "muralha"
Agora sou parto ferido
Nutrindo-me de nova migalha...
De nada adiantaram as leituras
Se agora sou somente vestígio
em um ermo de mil amarguras
Não sei mais o que fazer (perdi o prestígio)
Sou agora o único sobrevivente
Deste labirinto medonho.
Preciso de um verso urgente
Para findar este sonho...
(O ERRANTE, 1988)
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
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