arrancar os olhos da verdade
fazendo cega
a própria carne
num corpo abstrato
e sóbrio
é
a verdade em seu disfarce
golpeando força e medo
agitando as veias do passado
implodindo glóbulos brancos
em pensamentos vermelhos
é
tanger a própria alma
enxotando o próprio termo
inclinando-se ao alabastro
retorcendo-se por entre os nervos
é
arrancar a própria fala
fazendo do dentro um mito em sina
sinônimo de loucura e fêmea tara
na profunda rasura da própria aura
é
trégua de querer a sua falha
assumindo o instante em pesadelo
fazendo do nome um bruto caos
interrando o canto em seu desvelo
da mancha eterna da sina em cena
é
expremer-se por entre as letras
sendo sucata de vírgulas
na oficina das fusões
nos hiatos das canções partidas
nos ditongos das mágoas
na fonêmica da ânsia amarga
é
moer-se por entre as frases
fraseando o próprio eu
numa sinônima sintaxe da saudade
numa explosão semântica de eus.
segunda-feira, 2 de março de 2009
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